No próximo dia 14 de novembro é celebrado o Dia Mundial do Diabetes, doença caracterizada pelo distúrbio na produção de insulina pelo pâncreas, levando ao aumento da quantidade de glicose no sangue.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), mais de 13 milhões de brasileiros têm diabetes¹, que se não controlada pode resultar em sérias consequências como a retinopatia diabética, doença progressiva que afeta os vasos sanguíneos do olho, podendo levar a perda parcial ou total da visão².
A retinopatia diabética é uma doença ocular que ocorre pela perda de função dos pequenos vasos sanguíneos dos olhos, fazendo com que áreas da retina não recebam sangue com oxigênio. A doença não apresenta sintomas na fase inicial, quando ocorrem, já em fase avançada, podem se manifestar pela visão embaçada e manchas flutuantes. É importante destacar que o surgimento da doença não causa dor ou secreções que poderiam servir como alerta.
Apesar do avanço da medicina nas últimas décadas, muitas pessoas ainda ficam cegas por diabetes no Brasil. O grande motivo é o desconhecimento por parte da população da necessidade de fazer o exame de fundo de olho anualmente e prevenir a retinopatia diabética.
Para esclarecer as dúvidas sobre essa doença que gera alterações na visão em mais de 5 milhões de brasileiros, convidamos o Dr. Leandro Cabral Zacharias (CRM 100724-SP), oftalmologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e Diretor da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo.
Como se inicia a retinopatia diabética?
A retinopatia diabética se inicia com pequenos pontos de hemorragia e alterações discretas nos vasos do fundo do olho. Entretanto, conforme a doença evolui e fica mais grave, pode ocasionar perda da visão por várias causas. As mais comuns são o inchaço do fundo do olho que chamamos de edema macular diabético³, sangramentos no gel vítreo e até descolamentos de retina.
Quais são os sintomas?
A retinopatia diabética não causa sintomas no seu início, ou seja, as pessoas podem ter alterações no fundo do olho e não apresentarem dificuldades visuais. Entretanto, quando a retinopatia evolui e causa baixa visual, é bem mais difícil tratar o problema e, muitas vezes, não é possível recuperar totalmente a visão.
Existe mais de um tipo de retinopatia diabética?
Dividimos a retinopatia diabética em não proliferativa, quando ainda não existe a formação de vasos anormais crescendo para dentro do gel vítreo. E proliferativa, quando há crescimento de vasos que podem sangrar para o gel vítreo e até ocasionar descolamento de retina.
Como prevenir a retinopatia diabética?
A melhor maneira de prevenção é o acompanhamento anual com o médico oftalmologista, que fará exames de mapeamento da retina para a identificação de qualquer anormalidade e tomada de medidas antes mesmo do aparecimento dos sintomas, quando os resultados do controle da doença são melhores.
A retinopatia diabética tem cura?
Assim como o diabetes, a retinopatia diabética não tem cura, mas tem controle com o tratamento adequado.
Quais são os tratamentos?
A primeira medida para o tratamento da retinopatia diabética é manter o diabetes sob controle, assim como o peso, o colesterol, e a pressão arterial. As terapias oftalmológicas indicadas nos casos mais avançados são: fotocoagulação a laser, injeções intraoculares e cirurgias.
Como são feitas as injeções intraoculares?
As injeções intraoculares são realizadas através do branco do olho, com agulha muito fina, e, portanto, com desconforto mínimo. Existem dois tipos de agentes para essa modalidade terapêutica: os antiangiogênicos e os corticoides. Os corticoides são uma das opções para tratamento do edema macular diabético. Os antiangiogênicos também são efetivos no tratamento do edema macular diabético e podem ajudar a retroceder os vasos anormais em casos de retinopatia proliferativa.
Referências
¹Sociedade Brasileira de Diabetes [Acesso em 06 de novembro de 2018 ] – Disponível em: https://www.diabetes.org.br/publico/diabetes/tipos-de-diabetes
²Sociedade Brasileira de Diabetes [Acesso em 31 de outubro de 2018 ] – Disponível em: https://www.diabetes.org.br/publico/diabetes/oque-e-diabetes
³ Veja Bem [Acesso em 9 de novembro de 2018] – Disponível em:
http://vejaparasempre.com.br/principais/o-que-e/edema-macular-diabetico/
O texto acima possui caráter exclusivamente informativo. Jamais realize qualquer tipo de tratamento ou se automedique sem a orientação de um especialista.