Conheça os sintomas, causas e tratamentos da retinopatia diabética, complicação ocular decorrentes da diabetes que pode levar à […]
Conheça os sintomas, causas e tratamentos da retinopatia diabética, complicação ocular decorrentes da diabetes que pode levar à cegueira
Você sabia que uma das complicações trazidas pela diabetes que mais impacta os pacientes, podendo levar à cegueira, ainda é pouco conhecida? Estamos falando da retinopatia diabética, uma complicação visual que requer atenção.
Mas, calma: com informação correta e bons hábitos como aliados, é possível cuidar da nossa visão e viver de forma plena. Conheça um pouco mais sobre essa doença e entenda quais cuidados podem ser aliados dos pacientes diabéticos.
O que é a retinopatia diabética?
Imagine que seus olhos são uma câmera de alta definição: a retina é a parte que captura as imagens e as envia para o nosso “computador central”, o cérebro. Quando os níveis de açúcar no sangue ficam instáveis, os pequenos vasos sanguíneos da retina podem ser danificados – e é aí que surge a retinopatia diabética.
Segundo a pesquisa “Retinopatia Diabética: Um Chamado Global para Ação“, da Federação Internacional de Diabetes, essa doença é a quinta causa global mais comum de deficiência visual moderada a grave, e também de cegueira, impactando mais de um terço das pessoas que vivem com diabetes. Ainda de acordo com a pesquisa, cerca de uma em cada três pessoas com diabetes, com mais de 40 anos, já apresenta algum sinal da doença.
Existem duas fases dessa condição¹:
Retinopatia não proliferativa (RNP): neste momento, que corresponde a 90% dos casos, os vasos sanguíneos dão sinais de enfraquecimento e começam a pingar um pouco de fluido ou sangue (em termos médicos, hemorragia vítrea), ocasionando o descolamento de retina. Com isso, a visão pode começar a ficar meio desfocada.
Retinopatia proliferativa (RP): já neste momento, a partir do enfraquecimento ocorrido durante a retinopatia não proliferativa nos vasos sanguíneos novos e/ou tecido fibroso passam a se formar na retina ou no nervo óptico, se espalhando pela superfície interna da retina ou do disco óptico ou até crescendo para dentro da parte central do olho, conhecida como cavidade vítrea. Entretanto, esses novos vasos são muito frágeis e podem causar sangramentos sérios, deixando a visão completamente comprometida. Essa é considerada uma variação mais grave da condição.
Entre os recursos terapêuticos para tratamento da condição estão a fotocoagulação a laser; a aplicação no olho afetado de antiangiogênicos, substâncias que inibem uma proteína chamada VEGF (fator de crescimento vascular endotelial, em português), responsável pela proliferação de vasos anormais; a cirurgia de vitrectomia, que consiste na retirada e substituição de parte ou da totalidade do vítreo do olho, um fluido gelatinoso e transparente que preenche quase todo o globo ocular; e o uso intra-vítreo de medicações à base de corticoide, uma opção de tratamento que pode ser aplicado em casos em que a terapia com agente anti-VEGF não atinge resultados satisfatórios. O oftalmologista é o profissional que indicará o melhor caminho e acompanhará o paciente nesta jornada.
Os sintomas podem variar de acordo com o estágio da doença. No começo, ela pode ser assintomática. Depois, a visão passa a parecer borrada – com manchas escuras – e, em alguns casos, contar com o aparecimento de algumas “moscas” voando, flashes sendo disparados e até perda repentina da visão².
A raiz do problema: a diabetes como causa da retinopatia diabética
A diabetes é a base deste problema, e há várias facetas desta condição primária:
• Diabetes tipo 1: é uma doença crônica, que pode ser de origem hereditária e que afeta de 5 a 10% do total de pessoas com a doença³. O sistema imunológico dos pacientes acaba atacando as células beta, produtoras de insulina no pâncreas, fazendo com que pouca ou nenhuma quantidade do hormônio seja liberada. Com isso, o açúcar acaba acumulando no sangue e deixa de ser uma fonte de energia. Apesar de ter um índice maior de diagnósticos durante fases como a infância ou adolescência, essa vertente também pode afetar adultos. O tratamento requer o uso diário de insulina e/ou outros medicamentos para manter os níveis de glicose no sangue sob controle.
• Diabetes tipo 2: é o tipo mais comum, afetando cerca de 90% dos pacientes⁴. Ela ocorre quando o corpo não consegue usar a insulina que produz de forma eficaz (resistência à insulina) ou quando o pâncreas não produz insulina suficiente, sendo frequentemente associada ao estilo de vida, como uma dieta desequilibrada e falta de exercício físico. Dependendo da gravidade, a diabetes tipo 2 pode ser tratada apenas com acompanhamento médico, atividades físicas e planejamento alimentar ou, em casos mais avançados, exigir o uso de medicamentos para o controle ideal.
• Diabetes gestacional: este tipo acomete algumas mulheres apenas durante o período de gravidez. O acompanhamento pré-natal é essencial para que o diagnóstico seja observado e controlado, pensando no bem-estar da mãe e do bebê. Apesar de ser característica do período gestacional, essa condição favorece um possível desenvolvimento da doença após a gravidez⁵.
Além da presença da diabetes, há outros fatores contribuem com o desenvolvimento da retinopatia diabética?
Qualquer pessoa com diabetes, independente do tipo, possui um risco avançado de desenvolver retinopatia diabética. No entanto, alguns fatores específicos podem aumentar este risco:
● Tempo avançado do diagnóstico da diabetes: quanto mais tempo alguém convive com diabetes, maior a probabilidade de desenvolver complicações oculares. Essa, porém, não é uma via de regra: com o controle adequado, é possível viver sem essa preocupação.
● Falta de controle glicêmico regular: a falta de controle dos níveis de açúcar no sangue aumenta a probabilidade de danos nos vasos sanguíneos, prejudicando não só a rotina do paciente, como também sua saúde ocular.
● Hipertensão e colesterol elevado: estes fatores adicionais aumentam a pressão nos vasos sanguíneos, acelerando os danos à retina.
Pequenos passos preventivos
Muitas vezes, após receber o diagnóstico inicial da diabetes, os pacientes podem se sentir alarmados e desanimados com a rotina de autocuidado que a condição exige e com as possíveis complicações da doença. No entanto, prevenir a retinopatia diabética não é nenhum bicho de sete cabeças. Aqui estão 3 dicas básicas que podem ajudar na hora de recuperar o fôlego e focar em seus cuidados diários:
- Monitorização regular: realize exames oftalmológicos periódicos, mesmo que não conviva com sintomas visuais. A detecção precoce é crucial para prevenir complicações graves.
- Adote um estilo de vida saudável: pratique atividade física regularmente, mantenha uma dieta equilibrada e evite o tabagismo.
- Eduque-se sobre a diabetes e possíveis complicações: conheça os sinais de alerta e esteja atento a qualquer alteração visual, como visão turva ou manchas escuras.
A importância do autocuidado: o principal remédio contra a retinopatia diabética
A retinopatia diabética pode ser sim uma condição séria, mas é possível preveni-la e controlá-la com os cuidados certos. Adotar um estilo de vida saudável, controlar os níveis de açúcar e fazer exames oftalmológicos regulares, com visitas anuais ao oftalmologista, também são passos importantes para manter a sua saúde ocular.
Além disso, lidar com uma condição crônica, como a diabetes, pode ser desafiador. Mas você não está sozinho nesta jornada. Conte com as pessoas ao seu redor! Faça parte de grupos de apoio, afinal, sentir-se parte de uma comunidade, onde se pode partilhar experiências, aprender com os outros e receber apoio, é fundamental.
O compromisso com seu autocuidado também podem fazer uma enorme diferença na gestão da diabetes e na prevenção de complicações como a retinopatia diabética.
Em suma, escolher combinar o controle glicêmico e o oftalmológico pode evitar o desenvolvimento ou a piora da retinopatia diabética, facilitando a aceitação do diagnóstico de diabetes e melhorando a qualidade de vida e bem-estar dos pacientes.
Todos os Direitos Reservados. BR-ABBV-240661. Aprovado em 10/2024.
Fontes:
1 – NEHEMY, Márcio B. Retinopatia diabética. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, v. 61, n. 3, p. 367, jun. 1998. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abo/a/VDkS6KCQhxHcYm4dJ6N8brd/?format=pdf&lang=pt Acesso em: 07/10/2024.
2 – Retina Brasil. Disponível em: https://retinabrasil.org.br/doencas/retinopatiadiabetica/ Acesso em: 07/10/2024.
3 – Sociedade Brasileira de Diabetes. Disponível em: https://diabetes.org.br/ Acesso em: 07/10/2024.
4 – Sociedade Brasileira de Diabetes. Disponível em: https://diabetes.org.br/ Acesso em: 07/10/2024.
5 – Ministério da Saúde. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/diabetes#:~:text=%C3%89%20uma%20doen%C3%A7a%20causada%20pela,das%20c%C3%A9lulas%20do%20nosso%20organismo. Acesso em: 07/10/2024.