Dentre algumas das doenças oculares que atingem mais o público jovem, com índice de 4 a 600 casos por 100.000 indivíduos, na faixa etária entre 13 e 18 anos, está o ceratocone, que recebe este nome pela característica de curvatura em forma de cone que adquire a córnea afetada pela doença.
Dr. Leon Grupenmacher (CRM-PR 12.816), mestre em oftalmologia pela PUC (PR), explica que embora a doença seja predominantemente genética – com origem na formação dos genes do indivíduo -, outros fatores, incluindo doenças sistêmicas, podem desencadear o ceratocone, que pode acometer os dois olhos, de forma assimétrica.
A doença é bastante comum em pessoas com rinite alérgica, mas a associação para o desenvolvimento do ceratocone está no fato de estas pessoas coçarem demasiadamente os olhos, gerando atrito importante que desencadeia a deformação da córnea”, relata o médico. Os sintomas do ceratocone são geralmente confundidos com miopia e/ou astigmatismo por conta da visão embaçada, da perda de foco e nitidez nas imagens e, por isso, é necessário consultar o oftalmologista para o diagnóstico correto da doença, que é feito com alguns exames que avaliam a espessura, a curvatura e a capacidade de reflexão à luz da córnea.
O ceratocone não tem cura, mas tem tratamento com base no uso de lentes de contato e óculos especiais adaptados aos diferentes estágios da doença. Se paralelamente ao problema houver aumento de miopia ou astigmatismo, recorre-se a outros procedimentos, como crosslinking, com medicamentos e laser que visam fortalecer a córnea e evitar a evolução da sua curvatura. Há ainda a opção do anel intracorneano, colocado no interior da córnea para corrigir sua curvatura – sendo, atualmente, uma das técnicas mais usadas no País. O transplante de córnea é indicado somente em último caso, quando as outras alternativas não obtiveram o resultado esperado.
Embora não haja meios de evitar a doença ainda, é possível colaborar para controlar a sua evolução começando com o bom cuidado dos olhos. Mantê-los sempre hidratados, evitar coçá-los e se consultar regularmente com o oftalmologista são medidas simples e de grande impacto.
O texto acima possui caráter exclusivamente informativo. Jamais realize qualquer tipo de tratamento ou se automedique sem a orientação de um especialista.